13 de janeiro de 2013, 13 dias do ano de 2013 e 3 dias depois que foi encontrado morto nessa mesma escadaria, Jorge Selaron.
Passado 7 meses e todo aquele sentimento de perda não desapareceu. Havíamos planejado visitar Santa Teresa muitas vezes, principalmente como moradores do estado do Rio de Janeiro e turistas de todos as suas partes históricas ou com algum passado. E quando confirmamos nossa atração pro final daquela semana, veio-nos a notícia que Selarón ou o artista da escadaria que leva seu nome, tinha falecido. Vizinhos pela manhã viram um corpo carbonizado no meio da escada bem em frente a sua casa, até hoje não foi encontrado os suspeitos dessa atrocidade e nem mesmo se sabe o motivo. Parece ruim de se dizer, mas tudo aquilo, nos motivou mais, para colher informações e pesquisas.
Brasil, eu te amo. |
Viver na favela é uma arte.
Ninguém rouba, ninguém escuta, nada se perde. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. |
- A escadaria fica entre a rua Joaquim Silva, na Lapa e a rua Pinto Martins, no bairro de Santa Teresa. Está a apenas 5 minutos a pé dos Arcos da Lapa. -
Parece que não é tão fácil ir pra Santa Teresa por transporte público depois que os famosos bondinhos foram retirados -as vans reinão aquele lugar-.
Pelo Google Maps e informações de placas pelas ruas, encontra-se um corredor em construção, seguindo direto, estava a famosa escadaria do Convento de Santa Teresa ou mais conhecida por escadaria Selarón , diferente de todos, nenhuma no mundo como ela (apesar de que muitos artistas, depois se inspiraram nesta).
Tudo começou, quando um pintor chileno chamado Jorge Selaron, apaixonado pelo Brasil, resolve morar no Rio de Janeiro, ali ao lado da escadaria mesmo. E a partir de 1990, renova com as próprias mãos, a escadaria que estava em péssimo estado de conservação. Revestiu tudo com azulejos e mosaicos de ladrilhos de várias cores, principalmente verde, amarelo e azul, um caminho de 215 degraus que leva até o convento de Santa Teresa. Essa idéia ficou tão interessante que se propagou pra vários brasileiros e estrangeiros, transformando em rota-turística, auxiliando nesta construção, no qual todos eles traziam azulejos para compor aquele cenário. Um pedacinho de cada um. Além da temática cultural, ainda tem as famosas mulheres negras grávidas, uma marca de Selarón e a cor avermelhada. Além de azulejos variados, é decorado também com várias banheiras personalizadas com flores plantadas por ele próprio, como uma jardim suspenso.
Casa da escada colorida |
" Foram fixados azulejos inteiros, ou em cacos, originários de muitos países: África do Sul, Alemanha, Argentina,
Áustria, Canadá, Chile, Colômbia, Coréia, Bélgica, Bolívia, Chile, China, Equador, Escócia, Estados Unidos,
Egito, Espanha, Filipinas, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Índia, Indonésia, Inglaterra, Iraque,
Irã, Irlanda,Israel, Itália, Japão, Líbano, Marrocos, México, Nigéria, Paquistão, Paraguai, Peru, Polônia,
Portugal, Rússia, Suíça, Turquia, Uruguai, Venezuela, e do Brasil, totalizando cerca de 2.000 peças.
Foram presentes de turistas estrangeiros, de amigos brasileiros ou obtidos em demolições e,
também, adquiridos no comércio ou criados pelo próprio artista." - Cerâmica no RIO
Luto |
O começo e o fim |
Bem na parte alta, quase final, encontra-se a grande bandeira do Brasil feita por pedacinhos de azulejos, foi concluída em 2010. Lá de cima, já se vê o grande "Ríou" como os não brasileiros o chamam. Parece que tudo aquilo foi estrategicamente feito no lugar certo. Uma composição linda.
A escadaria estava super movimentada, difícil tirar uma foto sem alguém sair do seu lado. Como em todo lugar turístico no Brasil, é muito difícil encontrar algum carioca ou alguém falando na nossa língua nativa o "brasileirês".
O clima era de tristeza, por nós, familiares e amigos dele, que sabíamos o ocorrido a 3 dias antes. Coroas de flores, em frente a sua casa, panos preto, rosas vermelhas no degrau específico, marcando o local de seu descanso pra sempre, luto por Santa Teresa.
Homenagens merecidas, toda aquela obra e legado deixado por Selarón, mais um estrangeiro com coração brasileiro, deixando sua marca não só pra nós, cariocas mas para o mundo. Mudou para sempre o cenário do Rio de Janeiro.
Do topo pro Rio |
" Em depoimento gravado para um documentário feito em 2010 pelo cineasta Stephano Loyo, o artista havia declarado que a escadaria só ficaria pronta no dia de sua morte, quando ele se tornaria a própria escadaria e, desse modo, se eternizaria. " - Wikipédia
(Os azulejos separados e mais detalhados)
( A- Rua Theotônio Regadas / B - Escadaria Selaron
30 minutos de caminhada, 40 se você olhar cada detalhe)
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